quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DOS DONS ESPIRITUAUIS

Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da Sua Igreja na terra, destacam-se os dons do Espírito Santo, apresentados pelo apóstolo Paulo como agentes de poder e de vitória a habilitar a Igreja para o cumprimento da sua missão no mundo. O Movimento Pentecostal sempre defendeu a atualidade dos dons espirituais. Hoje, estudaremos a respeito desses dons, a princípio, definindo o que são, em seguida, sua relação com o fruto do Espírito, e ao final, destacando seu propósito para igreja de Jesus Cristo em todos os tempos.
             O QUE SÃO OS DONS ESPIRITUAIS
Não importa o que dizem os descrentes, argumentando contra a atualidade e a realidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais. A Bíblia, que é nossa suprema autoridade, além de ser clara sobre essa matéria de fé, é confirmada por incontáveis testemunhos, que ratificam a validade da promessa pentecostal.
1. Definição. Os dons espirituais são dotações e capacitações sobrenaturais que o Senhor Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à sua Igreja, visando à expansão universal da sua obra e a edificação dos santos. Por intermédio deles, segundo o Espírito, o crente fala, conhece e age sobrenaturalmente.
2. A concessão dos dons espirituais. Os dons espirituais acham-se disponíveis à igreja de Cristo (At 2.39). Entretanto não esperemos recebê-los como prêmio por algum serviço prestado a Deus. Sua concessão não depende de méritos pessoais; depende única e exclusivamente da vontade soberana do Espírito Santo (I Co 12.7). É uma concessão especial e sobrenatural de Deus para a realização de sua obra, através da Igreja. É falaciosa a idéia de que o possuidor do dom espiritual seja mais santo ou espiritual que os outros. A manifestação dos dons não é instrumento de aferição do grau de espiritualidade. O Espírito Santo não depende do mérito da santidade de ninguém. Os dons jamais são concedidos para vaidade particular, eles pertencem ao Espírito Santo, somos para Ele apenas vasos para a manifestação de sua obra.
3. A manifestação dos dons foi indispensável à igreja primitiva e permanecem em ação na igreja até a volta de Jesus Cristo, sem eles, os crentes deixam de se fortalecer e de ajudarem uns aos outros, como Deus deseja. Vejamos alguns propósitos da manifestação os dons espirituais:
(1) Manifestar a graça, o poder, e o amor do Espírito Santo entre seu povo nas reuniões públicas, nos lares, nas famílias e nas atividades pessoais (vv. 4-7; 14.25; Rm 15.18,19; Ef 4.8);
(2) Ajudar a tornar eficaz a pregação do evangelho aos perdidos, confirmando de modo sobrenatural a mensagem do evangelho (Mc 16.15-20; At 14.8-18; 16.16-18; 19.11-20; 28.1-10);
(3) Suprir as necessidades humanas, fortalecer e edificar espiritualmente, tanto a congregação, como os crentes individualmente, isto é, aperfeiçoar os crentes no “amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1Tm 1.5; 1Co 13), e
(4) Capacitar os crentes para batalhar com eficácia na guerra espiritual contra Satanás e as hostes do mal (Is 61.1; At 8.5-7; 26.18; Ef 6.11,12).
II. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO E A ESPIRITUALIDADE
1. A espiritualidade e os dons. A santidade ou espiritualidade de um crente não se mede pela manifestação de um dom. Já vimos que não é por mérito que o Espírito Santo é concedido e tampouco Ele depende de nossa espiritualidade para operar. É verdadeiro que a nova vida em Cristo é cheia do Espírito Santo, por isto o crente torna-se alvo das operações do Espírito. Nós não possuímos meios para vencermos o pecado que nos rodeia. Precisamos, então, de poder para superá-lo, o que só é possível se andarmos no Espírito (Rm 8.4). É o Espírito Santo operando dentro do crente que o capacita a viver uma vida de retidão. O Espírito Santo nos fortalece em nosso estado de fraqueza.
2. Os dons espirituais e o fruto do Espírito. A linguagem bíblica apresenta uma das figuras mais belas sobre o caráter cristão, representada pela metáfora do “fruto do Espírito”. Paulo enfatiza nove qualidades distintas do mesmo fruto, o fruto é indivisível e forma uma unidade espiritual. Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que o crente subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (Rm 8.5-14; 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). Como é indivisível, é impossível ter-se uma parte dele e não possuir a outra. Difere dos dons espirituais quanto ao recebimento, o fruto surge de dentro para fora, naturalmente, através do crescimento espiritual, enquanto que, os dons manifestam-se de fora para dentro. O primeiro ajuda a desenvolver o segundo. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” (Gl 5.22, 23a). O Espírito dá diferentes dons a diferentes cristãos, […] mas ele atua no sentido de produzir o mesmo fruto em todos. Ele não se satisfaz se demonstramos amor aos outros, mas não controlamos a nós mesmos; ou se temos alegria e paz em nós, mas não somos gentis para com os outros; ou se temos paciência negativa, sem bondade positiva; ou se apresentamos humildade e flexibilidade, sem a firmeza da confiabilidade cristã. “O cristão desequilibrado é carnal; todavia, existe uma perfeição, uma plenitude de caráter que somente cristãos cheios do Espírito têm”.
3. Imaturidade espiritual e os dons. Em Efésios 4.13-15, Paulo define as pessoas espiritualmente “perfeitas” ou maduras, que possuem a plenitude de Cristo, afirmado que ser espiritualmente maduro é não ser “meninos”, os quais são instáveis, facilmente enganados pelas falsas doutrinas dos homens e suscetíveis ao artificialismo enganoso. O crente permanece infantil quando tem uma compreensão inadequada das verdades bíblicas e pouca dedicação a elas. No dizer de Paulo, o “menino”, é um crente com hábitos imaturos, vive mais pela opinião humana do que por Cristo. Como a Igreja de Corinto, os quais haviam recebido o Espírito Santo, eram espirituais no sentido mais fundamental da palavra, mas seu comportamento era tão incoerente com essa verdade que Paulo precisou tratá-los como pessoas que tinham pequeno entendimento espiritual. É imprescindível o acurado exame das Escrituras de forma sistemática. Não podemos nos contentar com a leitura superficial de um ou dois capítulos da Bíblia. Com a iluminação do Espírito Santo, temos de descobrir deliberadamente os significados profundos da Palavra de Deus. As Escrituras Sagradas exigem esse tipo de investigação, pois, em sua maior parte, as Escrituras podem ser aprendidas somente mediante estudo cuidadoso. Na Bíblia, existe leite para os bebês e carne para os adultos. Nenhuma pessoa que apenas lê superficialmente o Livro de Deus pode se beneficiar dele. Temos de cavar, até que encontremos os tesouros escondidos.
III. OS PROPÓSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS
1. Edificar a Igreja. Os dons espirituais visam promover a unidade da Igreja no sentido espiritual, mas também socialmente, pois a operação dos dons dinamiza a comunhão entre os crentes. No aspecto físico, o sangue e o espírito são dois elementos que mantém a unidade do corpo humano. O sangue está espalhado em todo o corpo e atinge todos os membros. O espírito não se localiza em determinado órgão, mas está em todo o corpo. Assim sendo, o sangue de Jesus (isto é, a sua eficácia) está em todo o Corpo de Cristo, a Igreja, e o Espírito manifesta- se através dos dons para manter e fortalecer o corpo de Cristo. A Igreja é um corpo com muitos membros, e todos são indispensáveis para o seu perfeito funcionamento. Cada cristão é parte integrante da Igreja, e os dons são concedidos para o perfeito exercício do corpo; não são independentes e atuam pelo bem dos demais. Cada membro tem a sua função, e quando dotado de um dom espiritual, trabalhará para beneficiar a todos. A diversidade dos dons existe dentro da unidade do corpo (I Co 12.4). Os dons emanam de uma mesma fonte: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo” (I Co 12.4). É Ele quem utiliza os dons conforme a sua soberana vontade.
2. Promover a pregação do Evangelho. Os dons tornam a pregação do evangelho mais eficaz, pois confirmam a Palavra de Deus que está sendo proclamada (Hb 2.3,4). Infelizmente, muitos têm utilizado os dons, principalmente os de curar, para atrair multidões. Enquanto isto deixam de lado a mensagem da cruz que leva o pecador ao arrependimento. De que adianta ter o corpo curado e ter a alma lançada no inferno? Cremos na cura divina e na operação de milagres, mas o maior deles é a regeneração do pecador operada pelo Espírito Santo.
3. O aperfeiçoamento dos santos. “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12). Os dons contribuem para o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos crentes. Todavia, para que isso aconteça, temos que utilizá-los com sabedoria como a bíblia recomenda em I Co 14.40 “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”.
CONCLUSÃO
Os dons existem em função do benefício de toda igreja. Por essa razão é que a palavra do apóstolo é inclusiva: “até que todos cheguemos à unidade da fé” (Ef 4.13). Todos os dons espirituais são necessários e imprescindíveis tanto para a Igreja como um todo como para os seus membros em particular. Por isso, devemos buscar com zelo os dons espirituais. Afinal, eles são uma grandiosa dádiva da graça divina ao nosso dispor.

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